7 de novembro de 2025 - 10:10
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TRE-RJ reacende investigações contra prefeito e vice de Casimiro de Abreu

Decisão que manteve a cassação do vereador Pedro Gadelha determina o prosseguimento da ação que apura possível compra de votos nas eleições de 2024.

A decisão tomada na quinta-feira (16) pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ), que manteve a cassação do mandato do vereador de Casimiro de Abreu, Pedro Igor Gadelha (União Brasil), por compra de votos nas eleições de 2024, pode gerar novos desdobramentos políticos e jurídicos no município. O Tribunal determinou o prosseguimento da ação de investigação que apura o possível envolvimento do prefeito reeleito Ramon Gidalte e de seu vice, Marquinho da Vaca Mecânica, no mesmo esquema eleitoral que derrubou o mandato do vereador.

A decisão reverteu a sentença de primeira instância, que havia rejeitado a denúncia e, inclusive, aplicado penalidade aos advogados responsáveis pela ação — Paulo Mazzei e Márcio Kulkamp Casemiro — por suposta litigância de má-fé. Com o novo entendimento do TRE-RJ, a ação volta a tramitar em toda a sua plenitude, e as investigações contra o prefeito e seu vice poderão avançar.

Material apreendido e ligação política

De acordo com o processo, o material apreendido no dia das eleições — que embasou a decisão de cassação de Pedro Gadelha — continha referências diretas aos então candidatos a prefeito e vice. Durante a operação, fiscais do TRE detiveram Glauco Pereira da Penha, assessor parlamentar de Gadelha na época, que portava R$ 2.400 em espécie, além de 313 santinhos com fotos e números de campanha de Gadelha (44.123), do prefeito Ramon Gidalte e do vice Marcos Frése Miller, o Marquinhos da Vaca Mecanica.
Também foram encontradas listas de eleitores contendo nomes, números de título, zonas eleitorais e seções de votação — todos eleitores do município de Casimiro de Abreu.

Esses elementos levaram o TRE a considerar que há indícios concretos de um esquema articulado de captação ilícita de sufrágio, possivelmente com ligações entre as campanhas do vereador cassado e da chapa majoritária vencedora, que elegeu Ramon e Marquinho.

Gadelha foi vereador licenciado e assumiu o cargo de secretário de Saúde do atual prefeito, mantendo uma relação política próxima com a administração municipal, Segundo o advogado Paulo Mazzei, o vínculo político entre Gadelha e o atual prefeito reforça a tese de ligação direta entre as campanhas.

Prosseguimento da ação

Com o restabelecimento do processo, a situação política do prefeito Ramon Gidalte e de seu vice fica ainda mais delicada. Caso seja comprovado o envolvimento deles no mesmo esquema que derrubou o vereador, a Justiça Eleitoral poderá determinar a cassação da chapa e até a convocação de novas eleições municipais em Casimiro de Abreu.

A decisão do TRE-RJ foi considerada um marco importante para a continuidade das investigações e trouxe apreensão ao ambiente político da cidade. Fontes próximas ao processo avaliam que, a partir de agora, a gestão de Ramon Gidalte entra em uma fase de instabilidade, com possibilidade real de perder o mandato caso a Justiça confirme os indícios já apontados no caso do ex-aliado Pedro Gadelha.

O prefeito Ramon Gidalte e o vice Marquinhos da Vaca Mecânica não se pronunciaram até o encerramento desta matéria. O espaço segue disponível para manifestação dos citados.

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