Você já parou para pensar em como a escolha das prioridades de uma cidade pode impactar a nossa vida diariamente? No momento em que tantas prefeituras pelo Brasil tentam equilibrar as contas e cortam gastos onde podem, Araruama, por incrível que pareça, decidiu remar contra a maré. Por aqui, o governo municipal parece ignorar a realidade de quem mais precisa do poder público, preferindo investir milhões em eventos de brilho passageiro, enquanto setores essenciais como a saúde ficam cada vez mais esquecidos.
Quem não se lembra das promessas feitas pela prefeita Daniela Soares durante a campanha? Ela falava em transformar Araruama em uma referência estadual na saúde, de “investir fortemente” desde o atendimento básico até as situações de emergência e cirurgias. A frase marcante da prefeita ficou registrada para muitos moradores:
“Meu compromisso é investir fortemente no sistema de saúde desde a Atenção Primária até a Rede Especializada no Atendimento de Emergência e Cirurgias. Vou colocar Araruama como referência em nosso Estado. Reafirmo que não descansarei um minuto sequer, enquanto não fizer de nossa saúde referência estadual.”
Mas, passados alguns meses, a realidade bate à porta: basta passar na porta da UPA local para ver cenas de superlotação, pacientes em condições desumanas, falta de equipamentos básicos como tomógrafos – essenciais para diagnósticos rápidos, principalmente para os inúmeros entregadores e motociclistas vítimas de acidentes na cidade.
E enquanto a saúde sofre, os cofres públicos se abrem para outros destinos: só em agosto, foram mais de R$ 23 milhões reservados para eventos – vocês leram certo! Isso inclui tudo, de carpete a banheiro químico, passando por iluminação e estruturas gigantes para festas durante um ano inteiro. E ainda tem mais: outros R$ 13 milhões destinados à segurança privada (mas sem armamento). Dá pra acreditar?
Em tempos em que o dinheiro está curto para tantos brasileiros, é revoltante perceber que áreas tão sensíveis quanto a saúde seguem abandonadas enquanto a festa do orçamento não tem hora para acabar. Falta médico, falta remédio, falta dignidade no atendimento, mas sobra tapete vermelho.
Fica difícil não se indignar com tamanha desigualdade na distribuição dos recursos. Aquela promessa de saúde referência ficou mesmo só no discurso? Ou será que a gente só importa para o poder público durante o período de eleição?
O mais importante agora é que a resposta não fique em silêncio: ela cabe à prefeita – mas, sobretudo, depende da população não aceitar passivamente essa inversão de prioridades. Afinal, o futuro da cidade não pode ser decidido entre festas e promessas ao vento, mas sim pelo cumprimento do que foi prometido àqueles que mais precisam.
O espaço está aberto para manifestação da prefeita Daniela Soares, caso queira apresentar esclarecimentos ou posicionamento sobre os contratos mencionados e a situação da saúde pública em Araruama.
Você já passou por situações parecidas em Araruama? Deixe seu comentário e compartilhe sua experiência!
