No coração da Costa Verde, o Parque Estadual Cunhambebe, administrado pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea), se destaca como um verdadeiro refúgio para as aves. Com seus 38 mil hectares de mata preservada, o parque abriga 443 espécies, mais da metade das aves registradas em todo o território fluminense. Em um estado que conta com 807 espécies de aves, essa unidade de conservação é responsável por cerca de 54% dessa rica diversidade. Entre suas trilhas e árvores, vivem aves raras e ameaçadas de extinção, que encontram ali o ambiente ideal para sua sobrevivência.
O parque, que se estende pelos municípios de Angra dos Reis, Mangaratiba, Rio Claro e Itaguaí, é um dos maiores guardiões da biodiversidade da região. Atualmente, abriga sete espécies com algum grau de ameaça, conforme índices de referência, incluindo a Lista Vermelha da IUCN e a classificação de risco de extinção do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Entre esses animais estão o formigueiro-de-cabeça-negra (Formicivora erythronotos), globalmente ameaçado, e a águia-cinzenta (Urubitinga coronata), considerada a segunda maior águia do Brasil.
“As unidades de conservação estaduais são peças-chave na proteção da nossa biodiversidade ao oferecerem um ambiente saudável e equilibrado para a fauna local. A presença dessas espécies no Parque Estadual Cunhambebe atesta a importância do nosso trabalho e confirma que estamos no caminho certo”, destacou o secretário de Estado do Ambiente e Sustentabilidade, Bernardo Rossi.
O tiê-sangue (Ramphocelus bresilius) é uma das espécies presentes no território da unidade de conservação. De vermelho vibrante, o animal é um dos símbolos da Mata Atlântica e sua sobrevivência depende de habitats intactos e protegidos, como os oferecidos pelo parque, que garantem a manutenção dos recursos naturais essenciais para a alimentação e reprodução da espécie.
Para manter toda essa biodiversidade, o Parque Estadual Cunhambebe adota uma série de ações para mapear, registrar e proteger a avifauna local. Só em 2024, foram realizados 96 monitoramentos de aves, resultando em 2.065 registros e na identificação de 334 espécies.
A tecnologia também é uma grande aliada nesse processo. Equipamentos como drones, armadilhas fotográficas e câmeras com lentes de grande alcance e resolução permitem a coleta de dados precisos sobre a distribuição e os comportamentos das aves. Além disso, esses equipamentos auxiliam na identificação de áreas prioritárias para conservação, na avaliação dos impactos ambientais de atividades humanas e no combate a crimes como caça ilegal e tráfico de espécies.
Além dos monitoramentos, a unidade de conservação estadual promove uma série de iniciativas voltadas para educação ambiental e sensibilização da comunidade. Entre as ações está o programa “Vem Passarinhar”, do Inea, que busca estimular a observação de aves nas unidades de conservação estaduais. A ideia é reunir entusiastas, observadores, pesquisadores e iniciantes para construir um ambiente de aprendizado e troca de experiências. A próxima edição do programa no Cunhambebe está prevista para agosto.
Sobre o Parque
Com uma área aproximada de 38 mil hectares, o Parque Estadual Cunhambebe está situado na Região da Costa Verde do Estado do Rio de Janeiro e abrange partes dos municípios de Itaguaí, Mangaratiba, Angra dos Reis e Rio Claro. Um dos principais objetivos para a criação da unidade de conservação foi assegurar a preservação dos remanescentes de Mata Atlântica da porção fluminense da Serra do Mar, além de conectar os maciços florestais da Bocaina e do Tinguá.
O Parque Estadual Cunhambebe continua sendo um exemplo de conservação ambiental, garantindo um futuro mais seguro para as aves e outras espécies que dependem desse ecossistema vital.
