Se há um político em Casimiro de Abreu que está com dificuldades para pegar no sono, ele não está sozinho. A cassação do vereador Pedro Gadelha (União Brasil) por compra de votos nas eleições de 2024, confirmada pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE), parece ter inaugurado uma “temporada de insônia” que se estende até o gabinete principal da prefeitura.
É que, na mesma sessão que tirou o mandato de Gadelha, o TRE fez questão de lembrar que a festa eleitoral de 2024 pode ter tido outros convidados de peso no banco dos réus. O prefeito Ramon Gidalte (PL) e seu vice, Marquinhos da Vaca Mecânica, estão agora de volta ao centro das atenções, acusados de suposto abuso de poder econômico e captação ilícita de votos no mesmo processo.
Em um roteiro que parece se repetir, o prefeito e o vice terão, novamente, que se explicar ao juiz eleitoral Rafael Ribeiro. É o famoso “de novo” que ninguém quer ouvir, especialmente quando o assunto é a cadeira que ocupam.
O Efeito Dominó Eleitoral
O recado do TRE foi claro e, convenhamos, dotado de um certo humor sarcástico: se as provas foram suficientes para cassar um vereador, a história tem potencial para ir além. A corte determinou que cópias dos autos fossem remetidas ao Ministério Público, garantindo que a investigação tenha vida longa e muita companhia.
Em Casimiro de Abreu, a cassação de Gadelha parece ter sido apenas o primeiro ato de uma peça que agora coloca o prefeito Ramon e o vice Marquinhos sob os holofotes do judiciário. Enquanto isso, a população local assiste à saga, pensando se a política da cidade está, literalmente, virando de cabeça para baixo — ou se está apenas seguindo o roteiro padrão de qualquer eleição brasileira.
A única certeza por enquanto? Parece que o mercado de chás calmantes em Casimiro de Abreu vai continuar aquecido por um bom tempo.


