2 de setembro de 2025 - 21:59
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Araruama

Araruama prioriza ônibus com contrato de R$ 56 milhões mesmo em crise na saúde

Prefeitura amplia frota sem licitação, gerando críticas sobre prioridades e falta de transparência enquanto moradores enfrentam caos nos serviços de saúde.

Em um cenário onde filas intermináveis, falta de médicos, escassez de insumos e denúncias de descaso nas unidades de saúde são comuns, a Prefeitura de Araruama, sob a gestão da prefeita Daniela Soares, autorizou um gasto de R$ 56 milhões para alugar ônibus por 11 meses. O contrato, celebrado sem licitação através de uma ata de registro de preço, tem levantado sérias questões sobre as prioridades do governo municipal.

Apesar de já contar com uma frota expressiva de 63 ônibus próprios e 28 alugados, totalizando 91 veículos disponíveis para o transporte escolar, a prefeitura decidiu expandir ainda mais o número de veículos alugados. Essa decisão foi tomada em detrimento de investir na renovação da frota própria ou de destinar parte desses recursos para a mais crítica necessidade do município: a saúde pública.

Nos postos de saúde e no hospital municipal, a situação é alarmante. Pacientes enfrentam horas de espera por atendimento básico, enquanto a falta de médicos e equipamentos sucateados agravam o quadro. Há também relatos de falta de medicamentos essenciais, intensificando a sensação de abandono entre os moradores, que questionam quanto tempo mais terão que suportar tal sofrimento para ter acesso a um direito fundamental.

Num contexto tão grave, o investimento milionário em transporte escolar — embora relevante — parece desproporcional e fora do tempo. A questão que ressoa entre os habitantes de Araruama é clara: por que gastar tanto com ônibus quando a população enfrenta uma crise de saúde?

O valor de R$ 56 milhões para a locação de ônibus em menos de um ano — uma média de R$ 5 milhões mensais — contrasta fortemente com a precariedade dos serviços médicos disponíveis à população.

Outra preocupação é a falta de transparência. Não há informações claras sobre a real necessidade de ampliar a frota, nem justificativas técnicas detalhadas que justifiquem o elevado valor do contrato. Além disso, o documento não especifica a quantidade de veículos que serão contratados para a Secretaria de Educação.

Até agora, a prefeita Daniela Soares não se manifestou oficialmente sobre o tema. Enquanto isso, a população aguarda respostas — e ações concretas — que coloquem como prioridade aquilo que realmente importa: a vida e o bem-estar dos cidadãos de Araruama.

O espaço está aberto para que a prefeita Daniela Soares se pronuncie sobre o assunto.

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