Apesar de já contar com uma frota expressiva de 63 ônibus próprios e 28 alugados, totalizando 91 veículos disponíveis para o transporte escolar, a prefeitura decidiu expandir ainda mais o número de veículos alugados. Essa decisão foi tomada em detrimento de investir na renovação da frota própria ou de destinar parte desses recursos para a mais crítica necessidade do município: a saúde pública.
Nos postos de saúde e no hospital municipal, a situação é alarmante. Pacientes enfrentam horas de espera por atendimento básico, enquanto a falta de médicos e equipamentos sucateados agravam o quadro. Há também relatos de falta de medicamentos essenciais, intensificando a sensação de abandono entre os moradores, que questionam quanto tempo mais terão que suportar tal sofrimento para ter acesso a um direito fundamental.
Num contexto tão grave, o investimento milionário em transporte escolar — embora relevante — parece desproporcional e fora do tempo. A questão que ressoa entre os habitantes de Araruama é clara: por que gastar tanto com ônibus quando a população enfrenta uma crise de saúde?
O valor de R$ 56 milhões para a locação de ônibus em menos de um ano — uma média de R$ 5 milhões mensais — contrasta fortemente com a precariedade dos serviços médicos disponíveis à população.
Outra preocupação é a falta de transparência. Não há informações claras sobre a real necessidade de ampliar a frota, nem justificativas técnicas detalhadas que justifiquem o elevado valor do contrato. Além disso, o documento não especifica a quantidade de veículos que serão contratados para a Secretaria de Educação.
Até agora, a prefeita Daniela Soares não se manifestou oficialmente sobre o tema. Enquanto isso, a população aguarda respostas — e ações concretas — que coloquem como prioridade aquilo que realmente importa: a vida e o bem-estar dos cidadãos de Araruama.
O espaço está aberto para que a prefeita Daniela Soares se pronuncie sobre o assunto.