14 de outubro de 2025 - 21:35
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Elevados tempos de deslocamento afetam trabalhadores no Rio de Janeiro

Censo 2022 revela que 11 dos 20 municípios brasileiros com maior tempo de viagem estão no estado; uso de ônibus é predominante

O Censo 2022, divulgado nesta quinta-feira (09), detalha a complexa realidade dos trabalhadores do Rio de Janeiro, onde uma significativa parcela da população enfrenta longas jornadas para chegar ao trabalho. Entre os 20 municípios do Brasil com mais de 100 mil habitantes que enfrentam deslocamentos acima de duas horas, 11 estão no território fluminense. Este cenário coloca o estado na liderança entre as regiões brasileiras, com 4,58% dos trabalhadores nesta categoria, superando a taxa nacional de 1,77%.

A análise aponta que 243 mil pessoas no Rio de Janeiro estudam em municípios distintos do seu local de residência. Aperibé, com 28,96%, lidera a lista dos que buscam educação fora de seu município. Queimados, Nova Iguaçu e Belford Roxo destacam-se por apresentarem os maiores percentuais de trabalhadores com longos deslocamentos.

Na esfera estadual, aproximadamente 5,7 milhões de pessoas trabalham na mesma cidade onde residem, enquanto 4,6 milhões se deslocam para outras localidades, e o restante trabalha em casa. De acordo com os dados, 47,51% dos trabalhadores gastam entre cinco e trinta minutos no trajeto, enquanto 27,22% levam de trinta minutos a uma hora.

O meio de transporte predominante para trabalho é o ônibus, utilizado por 34,81% dos trabalhadores. Cidades como São Gonçalo e Belford Roxo têm o ônibus como transporte principal, enquanto Miguel Pereira favorece o uso de automóveis. A pé, é a escolha em Carmo e Duas Barras, refletindo variações significativas nas preferências de transporte.

Ao total, 823 mil pessoas se deslocam entre municípios para trabalhar, com Mesquita, Japeri e Queimados registrando os maiores percentuais de trabalhadores que precisam viajar para outros municípios, retornando ao menos três vezes na semana.

Na educação, cerca de 243 mil estudantes se deslocam para fora de seu município de origem, sendo que 44,6% buscam por ensino superior. Dentre eles, 134 mil são mulheres e 109 mil homens, com maior prevalência de estudantes brancos. Este movimento atesta o fluxo pendular intenso na busca por formação educacional complementada pela análise racial e de renda.

O Censo 2022 não apenas expõe a mobilidade laboral e educacional contemporânea, mas também oferece um panorama socioeconômico crucial para a elaboração de políticas públicas, ao identificar padrões de deslocamento e suas correlações demográficas e econômicas em diferentes regiões do Brasil.

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