23 de outubro de 2025 - 21:33
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Vereadores denunciam abandono dos casarios da Beira Rio e cobram destino de R$ 14 milhões da CEDAE

Rosimery Mangifesta e Lelei da Marmoraria apontam descaso histórico e cobram explicações sobre verbas milionárias destinadas à revitalização do patrimônio de Barra de São João.

As fachadas antigas e o charme histórico da Beira Rio, no distrito de Barra de São João, hoje contrastam com o cenário de abandono e deterioração que toma conta dos tradicionais casarios. Quase cinco anos após o início da gestão de Ramon Gidalte (PL), o problema não só permanece visível, mas se agrava a cada dia, denunciando uma falta de cuidado e planejamento com um dos espaços mais simbólicos e afetivos da cidade.

Nesta semana, os vereadores Rosimery Mangifesta e Lelei da Marmoraria realizaram uma ação de fiscalização in loco para verificar a real situação dos imóveis que, segundo eles, seguem esquecidos pela administração municipal. As paredes desgastadas, os telhados desabando e o mato tomando conta das calçadas compõem o retrato de uma promessa não cumprida que revolta moradores e decepciona quem esperava ver o espaço revitalizado.

A vereadora Rosimery, que vem cobrando providências desde o início do seu mandato, afirmou que as estruturas poderiam ter sido tombadas como patrimônio histórico e reformadas para uso cultural e turístico.

“Como vereadora, já foi uma das minhas indicações iniciais para que a prefeitura fizesse o tombamento desses prédios e as reformas necessárias e transformasse isso aqui em locais adequados de uso para a nossa população e não ficar essa vergonha do jeito que está. Porque dinheiro tem, só falta boa vontade”, declarou a parlamentar, em tom de revolta.

As críticas da vereadora encontram eco em seu colega de Câmara, Lelei da Marmoraria, que reforçou a denúncia lembrando que, em 2021, o município recebeu cerca de R$ 14 milhões da CEDAE, verba que deveria ter sido usada justamente para obras de infraestrutura e revitalização da área da Beira Rio. Segundo ele, até hoje a população não recebeu nenhuma explicação concreta sobre o destino desses recursos.

“Inclusive eu fui com o prefeito no escritório do neto do Oscar Niemeyer e ele se comprometeu, na época, a fazer todo o projeto da Beira Rio. E os quase R$ 14 milhões da CEDAE, até hoje não se sabe pra onde foi esse dinheiro, se perdeu no tempo”, lamentou o vereador.

Enquanto o mistério sobre o paradeiro dos recursos públicos permanece sem resposta, os casarios continuam ruindo diante dos olhos dos moradores — e da omissão do poder público. Para muitos, a falta de ação da Prefeitura é reflexo direto de uma gestão inoperante e descompromissada com o patrimônio histórico e cultural de Casimiro de Abreu.

Com discursos firmes, Rosimery e Lelei prometem levar o caso novamente à Câmara e cobrar transparência oficial da Prefeitura sobre o uso das verbas e o plano de recuperação dos imóveis. O que deveria ser um cartão postal da cidade hoje se tornou um símbolo de negligência administrativa e desperdício de potencial turístico.

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