29 de outubro de 2025 - 10:22
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Zico é homenageado pela Alerj e defende a criação de Museu do Futebol Carioca

Durante visita à exposição em celebração aos 75 anos do Maracanã, o ex-craque destacou a importância de valorizar a história e a cultura do futebol do Rio.

O futebol brasileiro ganhou, nesta terça-feira (14), mais uma mostra de como sua história e identidade estão profundamente ligadas à paixão nacional. Em visita à exposição que celebra os 75 anos do Maracanã, sediada no Palácio Tiradentes e promovida pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), o ex-craque Zico defendeu a criação de um Museu do Futebol do Rio de Janeiro, espaço voltado à preservação da memória dos grandes momentos, jogadores e clubes do estado. A proposta foi acolhida de imediato pelo presidente da Alerj, deputado Rodrigo Bacellar (União), que anunciou a elaboração de uma Indicação Legislativa para dar forma ao projeto.

“Viajei para muitos países e vi grandes jogadores estrangeiros falarem do sonho de jogar no Maracanã. Nosso futebol é gigante e merece mais reconhecimento. A cultura precisa de um local aberto à população, para contar essa parte tão importante da nossa história”, afirmou Zico, emocionado ao visitar o acervo da exposição. O ídolo, que também é o maior artilheiro da história do Maracanã, destacou que o futebol vai além do esporte: é um símbolo vivo da identidade brasileira.

Reconhecimento

Durante o evento, Zico foi homenageado pela Alerj com uma medalha alusiva ao aniversário do Maracanã e uma placa comemorativa. O presidente Rodrigo Bacellar ressaltou a relevância do ex-jogador não apenas por sua trajetória dentro de campo, mas pelo exemplo de conduta e dedicação que marcou sua carreira.
“Ele deu muitas alegrias ao nosso povo, que muitas vezes encontra no futebol um refúgio diante das dificuldades do dia a dia. Com sua postura exemplar, Zico inspirou valores e sonhos em várias gerações”, destacou o parlamentar, declaradamente rubro-negro.

Emoção e memórias

Com humildade e gratidão, Zico recebeu as homenagens lembrando sua trajetória no Flamengo — clube em que se consagrou e construiu uma legião de admiradores. “Eu tinha duas casas, a que morava e o CT do clube. Vivi lá os melhores momentos da minha carreira”, afirmou. Ele também relembrou que, mesmo no auge da fama, buscou manter-se fiel aos valores que o tornaram um ídolo. “Ser referência é muito difícil porque as pessoas te idolatram, mas precisamos saber conviver com isso mantendo os pés no chão e dando o nosso melhor”, completou.

Zico na exposição dos 75 anos do Maracanã

A exposição conta com um acervo de 437 peças reunidas sob curadoria de Alex Braga, que começou a colecionar itens históricos do futebol ainda na infância. O módulo dedicado a Zico destaca, entre outros objetos, a última camisa usada pelo craque em uma partida pelo Flamengo, contra o Fluminense, em 1989.

Também estão em exibição a bola da última partida de Pelé pela Seleção Brasileira, realizada em 1971; a camisa autografada por Garrincha em seu jogo de despedida no Maracanã; além de itens que pertenceram a nomes consagrados como Romário, Renato Gaúcho, Neymar e Maradona. Em pouco mais de um mês de exibição, o evento já atraiu cerca de 2.500 visitantes.

Durante a visita, Zico se surpreendeu ao descobrir que o lendário holandês Johan Cruyff, falecido em 2016, também jogou no Maracanã. “Eu não sabia que ele tinha atuado no estádio. Muito legal”, comentou o Galinho, visivelmente encantado com o material exposto.

Um espaço para o futuro da memória esportiva

Para o curador Alex Braga, a mostra é uma chance de aproximar o público das origens e dos símbolos do futebol carioca e nacional. “Aqui, até os mais jovens podem compreender o tamanho e a importância que o Maracanã tem para o Rio de Janeiro e para o país”, disse.

Com a sugestão de Zico apoiada por Bacellar e pela Alerj, o Rio de Janeiro pode estar prestes a dar o primeiro passo para a criação de um Museu do Futebol do estado — um espaço dedicado não apenas ao passado glorioso, mas também ao futuro da maior paixão do povo brasileiro.

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