Apesar de permanecer como a cultura de maior valor no Estado do Rio de Janeiro, a produção de tomate enfrentou um declínio de 9,1% entre 2023 e 2024. Em contraste, a laranja destacou-se com um aumento impressionante de 105% em seu valor de produção no mesmo período. Este crescimento notável foi principalmente impulsionado pelas cidades de Porciúncula, Rio Bonito e Tanguá, conforme dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na pesquisa Produção Agrícola Municipal (PAM) 2024.
O levantamento apontou que o valor total da produção agrícola no estado subiu 14,7%, destacando São Francisco de Itabapoana como a cidade com o maior valor de produção, abrangendo todas as lavouras temporárias e permanentes. Entre os principais produtos, após o tomate (R$ 460 milhões), o café arábica (R$ 381,8 milhões), a cana-de-açúcar (R$ 321,7 milhões), o abacaxi (R$ 283,6 milhões) e a laranja (R$ 247,8 milhões) destacaram-se pelas variações positivas, exceto o tomate.
As localidades de Tanguá, Araruama, Rio Bonito, Porciúncula, Silva Jardim, Cachoeiras de Macacu, Itaboraí, São Gonçalo, Casimiro de Abreu e Natividade lideraram na produção de laranja, com Porciúncula e Rio Bonito observando aumentos superiores a 200%. Segundo Mauro Andreazzi, supervisor do IBGE no Rio, o crescimento no valor da laranja está atrelado à alta dos preços de mercado, junto ao aumento de 14,7% na produção e 8% na área plantada.
Contrariamente, o tomate ainda predomina graças a cidades como Paty do Alferes e Sumidouro, embora apenas três dos principais municípios produtores tenham registrado aumentos – Paty do Alferes (26,07%), Vassouras (12,47%) e Nova Friburgo (1,25%).
A pesquisa do PAM também evidenciou que Porciúncula, Varre-Sai e Bom Jardim lideram na produção de café arábica, enquanto municípios como Campos dos Goytacazes mantêm-se na frente na produção de cana-de-açúcar. No geral, São Francisco de Itabapoana, com produção avaliada em R$ 373,8 milhões, mantém-se como o município com maior valor de produção no estado.
Em âmbito nacional, o Brasil registrou uma retração na produção, com a diminuição de 7,5% na produção de grãos e uma queda no valor total das culturas para R$ 783,2 bilhões, representando um segundo ano consecutivo de declínio.
Essas informações são cruciais para planejamentos futuros, refletindo as mudanças dinâmicas no mercado agrícola. As tabelas detalhadas, acessíveis pelo Sidra, oferecem uma visão abrangente das estatísticas municipais, essenciais para o desenvolvimento do setor agrário no país.