Subir uma montanha é um desafio, mas exige ainda mais esforço para pessoas com deficiência física. A atividade, porém, foi facilitada por um grupo de pessoas que subiu o Pico da Caledônia, no Parque Estadual dos Três Picos, no último domingo (23/7), e ajudou um cadeirante a chegar ao topo pela primeira vez.
Na ocasião, foi realizada mais uma edição do Montanha Solidária. O cadeirante teve o apoio de guarda-parques, 26 voluntários e da cadeira de acessibilidade da Região Serrana, apelidada de Cadeira Julietti. O projeto visa a inclusão e o acesso a pessoas com algum tipo de deficiência a locais de difícil alcance, como trilhas e picos montanhosos, e pretende continuar buscando formas inovadoras de tornar essas atividades acessíveis a todos.
Localizado entre Nova Friburgo e Cachoeiras de Macacu, o Pico da Caledônia tem 2.257 metros de altitude, sendo a segunda montanha mais alta da Serra do Mar.
Para o presidente do Inea, Philipe Campello, apoiar iniciativas deste tipo é oportunidade de trabalhar a inclusão e acessibilidade para todos os cidadãos e a preservação da natureza. “A inclusão é essencial para promovermos a equidade e a participação de todos na construção de um futuro sustentável. No Inea, buscamos ampliar oportunidades para que todas as pessoas possam contribuir e vivenciar experiências significativas na proteção e preservação do meio ambiente. A diversidade fortalece nossa missão e nos impulsiona a criar um ambiente mais acessível e inclusivo para todos”, destacou Campello.
“Subir o Pico do Caledônia foi um desafio que eu jamais poderia ter enfrentado sem o apoio e a dedicação de cada um de vocês. E não foi apenas uma subida, foi uma jornada que entrou para a história como a primeira conquista de um deficiente no topo dessa montanha imponente, uma experiência incrível que, com certeza, ficará gravada na história de todos nós”, destacou o cadeirante e voluntário Eddy Banca, que alcançou o Pico do Caledônia.
Para o coordenador de Guarda-Parques do Núcleo Salinas, Rominique Schimidt, é um prazer receber mais uma vez o projeto e mostrar que o meio ambiente vai muito além de plantas e animais, abrangendo também causas que inserem o ser humano na natureza. Por meio dessas ações, o Inea consolida as políticas socioambientais e contribui para a melhoria desses espaços. “A importância e o objetivo do Parque Estadual dos Três Picos é estimular e buscar parcerias para fomentar ações nas quais a inclusão também é uma bandeira”, destacou Schimidt.
Sobre a unidade de conservação
Com 65.113,04 hectares de Mata Atlântica, o Parque Estadual dos Três Picos, maior unidade de conservação do Estado do Rio, abrange parte dos municípios de Teresópolis, Guapimirim, Nova Friburgo, Cachoeiras de Macacu e Silva Jardim.
A unidade de conservação foi criada com o objetivo de assegurar a preservação dos remanescentes de Mata Atlântica da porção fluminense da Serra do Mar; integrar o corredor ecológico central da Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro; preservar nascentes e recursos hídricos que abastecem cidades vizinhas além de preservar espécies de fauna do bioma.
Dentro dos limites do Parque Estadual dos Três Picos encontra-se o mais elevado índice de biodiversidade de todo o estado do Rio de Janeiro, o que em parte se explica pela variação de altitudes: de 100 até os 2.366 metros do Pico Maior.
O parque é reconhecido internacionalmente como uma IBA (Important Bird and Biodiversity Area), ou seja, uma área prioritária para conservação da biodiversidade de aves, pela BirdLife International.