Nesta terça-feira (2), o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e a Polícia Federal cumpriram 21 mandados de busca e apreensão no município de Macaé, no âmbito da Operação Nova Capistrum. As medidas, autorizadas pela Justiça Eleitoral, têm como alvo quatro suspeitos de corrupção eleitoral, lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa.
Os mandados foram por meio da 8ª Promotoria Eleitoral, que atua junto ao Núcleo de Garantias da Justiça Eleitoral. Conduzida pela Delegacia da Polícia Federal em Macaé, a investigação apura a infiltração de grupos criminosos na política local, por meio da atuação de facções e milícias que objetivavam influenciar o resultado das eleições.
Os grupos teriam atuado diretamente na coação de eleitores, assim como no financiamento ilícito de campanhas e no uso de empresas contratadas pelo poder público para lavagem de dinheiro e apoio político-territorial a determinados candidatos. As investigações apontam que entre os alvos estão empresários, agentes políticos e servidores públicos apontados como articuladores do esquema.
Apurações revelam ainda que figuram entre os investigados indivíduos com forte influência no tráfico de drogas e na liderança de grupo paramilitar (narcomilícia), que exerce domínio territorial em comunidades da região. Também foi mapeado o uso de empresas clandestinas de internet e distribuidoras de gás em Macaé e no Estado da Paraíba, bem como indícios de peculato, caixa dois eleitoral e ameaças.
O nome da operação é uma referência ao “voto de cabresto”, prática de controle político associada ao período do coronelismo no Brasil. O termo “cabresto” deriva do latim capistrum, que significa “mordaça” ou “freio”, evidenciando a restrição da liberdade do eleitor e o direcionamento forçado do voto.
