Em 24 de março de 2025, a vereadora Rosimery Macabú Araújo apresentou na Câmara Municipal de Casimiro de Abreu um requerimento solicitando a realização de audiências públicas para discutir as constantes falhas no fornecimento de energia elétrica pela concessionária ENEL. A proposta, amparada pelo Regimento Interno da Casa e pela Lei Orgânica do Município, buscava trazer transparência, dar voz aos munícipes e cobrar soluções concretas da empresa responsável pelo serviço — algo que, à época, foi visto como um passo essencial diante das inúmeras reclamações dos moradores.
O texto foi aprovado pela Câmara, o que gerou expectativa na população, especialmente nas comunidades mais afetadas pelos apagões, picos de tensão e instabilidade no fornecimento de energia. No entanto, meses se passaram, e até o momento a audiência pública ainda não foi realizada, deixando um sentimento de frustração e descaso entre os cidadãos.
Enquanto a vereadora cobrou a responsabilidade da concessionária — lembrando que energia elétrica é um serviço essencial e que sua falha impacta diretamente o comércio, escolas, postos de saúde e a vida cotidiana das famílias —, a paralisação do processo evidencia uma desconexão entre o discurso e a prática política.
A ausência da audiência não apenas impede que os moradores exponham suas dificuldades, como também enfraquece o papel fiscalizador do Legislativo municipal.
A ENEL, por sua vez, tem sido alvo de críticas em toda a Região dos Lagos e interior do estado, acumulando queixas por demora em restabelecer o serviço, má qualidade na prestação e falta de comunicação com os usuários. Casimiro de Abreu, que já enfrentou apagões em série nos últimos meses, é apenas um reflexo de um problema regional que parece não ter data para acabar.
Enquanto isso, a pergunta que ecoa entre os casimirenses é simples e legítima: quando a Câmara realmente colocará em prática o que aprovou?
A audiência pública, mais do que um ato formal, é uma oportunidade para que governo, concessionária e população compartilhem responsabilidades e construam soluções reais.
Sem ela, tudo permanece no papel — e a luz que falta nas casas parece ser a mesma que falta na condução política dessa pauta.
O espaço continua aberto para manifestação do presidente da Câmara, vereador Vitor de Doca.


