Câmara de Araruama rejeita Moção de Repúdio ao vereador Magno Dheco por fala misógina

O desfecho da polêmica fala do vereador Magno Dheco ocorreu nesta terça-feira (10), durante sessão da Câmara Municipal de Araruama. A Vereadora Penha Bernardes representou contra o parlamentar uma Moção de Repúdio, que seria votada na última sessão. Devido ao grande número de ausências no plenário na data em questão, a votação foi adiada para a sessão desta terça.

“Se diz muito que o plenário é soberano e nós somos invioláveis na palavra e no voto. No voto, sim, na palavra nós temos que ter responsabilidade. Nós, vereadores e representantes da sociedade, nossa função e nossa obrigação é defender a população”, afirmou Penha. 

Magno Dheco foi alvo de três notas de repúdio — pela União Brasileira de Mulheres (UBM), o Partido Comunista do Brasil de Araruama (PCdoB), e a ABRACAM Mulher (Associação Brasileira das Câmaras Municipais) — após comentar que uma cidadã que havia feito críticas contra ele nas redes sociais deveria estar querendo “um encontro íntimo”. Na sessão do dia 5, o vereador manteve sua fala misógina, afirmando que se tratava de uma questão pessoal e que não dizia respeito a “todas as mulheres araruamenses”. 

Hoje, entretanto, o parlamentar recuou. “Me excedi nas minhas palavras, peço perdão às mulheres que se sentiram ofendidas. Em momento algum eu quis ofender mulher nenhuma, mas no calor da emoção nós acabamos falando coisas que não devem ser ditas”, declarou.

A retratação foi suficiente para convencer a maioria dos parlamentares a votarem contra a moção apresentada por Penha. As vereadoras Roberta Barreto e Sylvinha Corrêa e o vereador Oliveira da Guarda foram os únicos, além de Penha, que declararam votos favoráveis, enquanto os outros vereadores da Casa votaram contra ou optaram pela abstenção.

“Seria incoerente da minha parte (votar contra). Sou mulher, entrei aqui por uma fraude eleitoral à cota de gênero, fiz uma moção de repúdio contra o prefeito de Barra do Piraí. Voto a favor não para o senhor, mas pela palavra que o senhor proferiu, que é misógina”, pontuou Sylvinha Corrêa. 

“Tenho muito carinho e respeito pelo senhor, mas infelizmente o senhor pecou muito nas suas palavras. Eu como mulher não quero ver ninguém agredindo nenhuma mulher porque a gente luta muito pelos nossos direitos”, declarou a vereadora Roberta Barreto na justificativa do voto.

Os vereadores Thiago Moura e Carlinhos de Deus se abstiveram da votação. Todos os outros parlamentares votaram contra a Moção de Repúdio que, desse modo, foi rejeitada pela Casa. 

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