O ex-prefeito de Silva Jardim e atual secretário de Governo do município, Jaime Figueiredo, foi denunciado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) pelos crimes de lesão corporal leve e corrupção ativa de testemunha. A denúncia, apresentada pelo promotor de Justiça Marcelo Maurício Barbosa Arsenio, solicita ainda que o denunciado seja afastado de qualquer cargo, emprego ou função pública nos poderes Executivo e Legislativo de Silva Jardim. O vereador Rodrigo de Miel também está envolvido no caso e é alvo de investigação.
De acordo com o Ministério Público, o episódio principal ocorreu no dia 9 de setembro de 2024, por volta das 17h, nas proximidades do comitê de campanha da então candidata à reeleição, Maira Figueiredo. A vítima, Carine Sergio Martins, então com 17 anos, estava no local acompanhada de amigas quando se envolveu em uma discussão com Cássia Maria de Lima, irmã de Jaime Figueiredo. Durante o desentendimento, Cássia teria desferido um tapa que atingiu de raspão o rosto de Carine.
Ao tentar se retirar do local, Carine foi impedida por Jaime Figueiredo, que a agrediu com puxões de cabelo. Em seguida, ela também teria sido fisicamente agredida por Carla Cristina de Souza Vieira, que se aproximou durante a confusão. A vítima registrou ocorrência e realizou exame de corpo de delito, que confirmou as lesões.
Além da agressão, o MP aponta uma tentativa de obstrução do inquérito policial com o suborno de testemunhas. Entre os dias 9 e 12 de setembro, Jaime Figueiredo e o vereador Rodrigo de Miel teriam oferecido dinheiro e vantagens indevidas às testemunhas Thamirys Matias Batista e Lara Jennifer Daniel dos Santos para que mentissem em depoimento, isentando os envolvidos. Ambas seriam convencidas a declarar, falsamente, que Carine fazia parte da campanha do então adversário político Juninho Peruca.
Segundo a denúncia, foi prometido o valor de R$ 1.000 a cada testemunha para que não prestassem declarações sobre o ocorrido. Ainda conforme consta no documento, Rodrigo de Miel teria procurado a própria vítima, oferecendo R$ 3.000 e um cargo público em troca da desistência da denúncia e da gravação de um vídeo alegando que tudo não passou de um mal-entendido.
Diante da gravidade dos fatos, o Ministério Público solicita à Justiça o afastamento de Jaime Figueiredo de todas as funções públicas durante a investigação criminal, como medida cautelar para garantir a lisura do processo.
*O espaço está aberto para manifestação dos citados na matéria.